A série documental estreou este mês na Netflix.

Liliana Teixeira Lopes

Quem matou Malcolm X? é mais uma série documental da Netflix.

A 21 de fevereiro, de 1965, Malcolm X, o ativista e líder afro-americano, preparava-se para falar para mais de 400 pessoas em Nova Iorque, nos Estados Unidos, quando começou uma confusão enorme na plateia que obrigou o ativista e os seus guarda-costas a intervirem na tentativa de acalmar os ânimos.

Era a distração perfeita e foi precisamente nesse momento que um homem surgiu de caçadeira em riste e disparou uma vez sobre o peito de Malcolm X. Depois do primeiro disparo, surgiram mais de outros dois homens com armas semiautomáticas. O óbito de Malcolm X foi declarado às três da tarde e a autópsia revelou 21 perfurações no peito, ombro esquerdo, braços e pernas.

Os suspeitos do homicídio eram vários e os condenados pertenciam à Nação do Islão, um movimento religioso fundado em 1930 direcionado aos muçulmanos afro-americanos nos Estados Unidos.

A relação entre Malcolm X e a Nação do Islão foi tudo menos pacífica e culminou com a sua saída por divergências nos ensinamentos da organização, mas também devido a um conflito maior com Elijah Muhammad, que temia que a popularidade do ativista pudesse eclipsar a sua presença mediática. Ao sair, Malcolm X foi considerado um traidor — crime punível com a morte e a ostracização social.

Segundo escreve a revista “The Daily Beast”, há novas provas que confirmam que dois dos homens condenados nunca poderiam estar na palestra onde Malcolm X foi assassinado. Essas provas são reveladas na nova série documental chamada “Quem Matou Malcolm X?”, que se estreou a 7 de fevereiro, na Netflix.

Ao longo dos seis episódios, a série aponta o dedo a quatros homens da Nação do Islão. O ativista Abdur-Rahman Muhammad começa a sua própria investigação aos detalhes desconcertantes que envolvem o assassínio do líder dos direitos civis, Malcolm X. A série avança que todos os que estavam ligados ao caso sabiam do envolvimento do grupo, mas nunca ninguém quis aprofundar a investigação.