É um software de design nacional desenvolvido por uma startup portuguesa.

Um milhão de sons diferentes a tocar ao mesmo tempo. É esta a escala que é possível alcançar com o software de design de áudio Sound Particles, desenvolvido pela startup portuguesa com o mesmo nome que nasceu em Leiria.

Numa entrevista à revista Exame Informática, Nuno Fonseca, fundador da empresa, explica que quanto maior for a produção de um filme, de uma série ou de um videojogo, melhor.

Na quinta-feira chegou aos cinemas uma megaprodução que contou com a influência do software português: o épico de ficção científica, realizado por Denis Villeneuve, “Dune”. Nuno Fonseca explicou que sem este programa, ia demorar muito mais tempo a produzir a parte sonora do filme e a escala ia ser muito mais pequena.

Noutros tempos, as cenas do filme seriam feitas com dezenas de sons. Agora, com este software inovador, podem ir para as dezenas de milhares e, quanto à qualidade do som, soa tudo de uma forma muito mais natural.

Com o Sound Particles conseguem-se cenas épicas, mas com detalhe, que não são mascaradas, que não ficam poluídas do ponto de vista do ruído, o que é uma situação muito mais verdadeira, mais próxima da realidade”, de acordo com Nuno Fonseca.

Segundo com o criador, este software usa técnicas de computação gráfica e efeitos visuais, mas aplicadas à componente de áudio. Os editores de áudio tradicionais, mesmo os mais avançados, limitavam-se a empilhar faixas de áudio para criar uma envolvência sonora mais completa. O Sound Particles trouxe outra dimensão, literalmente, ao processo.

O que a Sound Particles fez “foi criar software nativamente 3D. Temos um espaço virtual infinito, vazio, e vamos pondo lá fontes sonoras. Depois temos microfones virtuais que captam aquilo que acontece. Usamos um sistema de partículas para criar milhares de instâncias sonoras”, disse Nuno Fonseca. E acrescenta que com o Sound Particles se consegue, em 15 minutos, dizer que se quer dez mil sons espalhados por um quilómetro quadrado, importar 200 sons de guerra e meter os microfones a captar tudo isso.

https://soundparticles.com/

Fonte: Exame Informática

Liliana Teixeira Lopes